Israel intercepta navio de Greta Thunberg com ajuda humanitária para Gaza em águas internacionais
Interceptação em alto-mar: navio humanitário sob mira israelense
Em uma madrugada silenciosa de 9 de junho de 2025, a tensa rotina do Mediterrâneo foi rompida por uma operação israelense. Comandantes navais de Israel abordaram o Gaza Freedom Flotilla, especificamente o navio Madleen, em águas internacionais. O barco carregava toneladas de suprimentos, desde alimentos até medicamentos, todos destinados à população de Gaza. Entre as 12 pessoas a bordo estava Greta Thunberg, ativista sueca conhecida mundialmente por sua luta climática, além de voluntários de diferentes países.
A interceptação foi rápida e sem aviso prévio. Soldados mascarados tomaram o controle do Madleen enquanto a tripulação dormia ou mantinha vigília. O navio foi rebocado para águas israelenses e tripulantes permaneceram detidos sem comunicação com familiares nem advogados por mais de 24 horas. O destino dos suprimentos, que incluíam materiais descritos como essenciais por organizações médicas, permanece incerto.

Críticas internacionais e contexto da crise em Gaza
A resposta de grupos de direitos humanos veio imediatamente. A Anistia Internacional classificou a ação como uma violação do direito internacional. Agnès Callamard, secretária-geral da Anistia, destacou os riscos de abuso, tortura e maus-tratos enfrentados pelos detidos. O caso levantou preocupação extra porque oito membros da tripulação continuam sob custódia israelense – entre eles membros de ONGs e jornalistas. Greta Thunberg e mais três foram deportados num processo descrito como “sumário e sem acesso a advogado”.
O episódio com o Madleen não é isolado. Desde outubro de 2022, quando Israel intensificou o bloqueio à Faixa de Gaza, a comunidade internacional observa o agravamento do cenário: comida, remédios, combustível e água potável mal chegam à população local. A fome já atinge milhares, com ONGs usando termos fortes como “catástrofe humanitária” e até “genocídio potencial.” A Flotilla interceptada se soma a esforços anteriores que também terminaram em detenções ou violência; em maio, outro barco do grupo foi atingido por drones israelenses.
Israel argumenta que o bloqueio é uma medida de segurança para evitar fornecimento de recursos ao Hamas, mas cresce a pressão global contra os efeitos práticos da política, considerados desproporcionais e letais para civis. O bloqueio já foi tema de decisões da Corte Internacional de Justiça, mas medidas concretas de alívio às famílias palestinas são raras. Enquanto isso, o cerco sobre Gaza só aumenta — e as ações em alto-mar revelam até onde vai o controle para manter os limites da crise.
- junho 13 2025
- Larissa Monteiro
- Link Permanente
- Gaza bloqueio Israel Greta Thunberg ajuda humanitária
- 0 Comentários
Escrito por Larissa Monteiro
Ver todas as postagens de: Larissa Monteiro