Kaio Jorge lidera artilharia do Brasileirão 2025, mas valores de mercado divergem entre fontes

Quem lidera a artilharia do Brasileirão Série A 2025? A resposta não é tão simples quanto parece. Enquanto Kaio Jorge, atacante do Cruzeiro Esporte Clube, aparece como principal candidato em quase todas as listas, os números de gols e, principalmente, os valores de mercado variam tanto entre as fontes que parece haver mais de uma competição em andamento. E isso não é só confusão — é reflexo de como o futebol moderno mede valor, desempenho e expectativa.

Disputa acirrada, dados contraditórios

No fim de setembro, o O Tempo listava Kaio Jorge com 15 gols e valor de mercado de R$ 107,1 milhões. Mas em novembro, o MKT Esportivo o colocava com 17 gols e avaliação de R$ 138 milhões — quase 30% a mais. Enquanto isso, o Globo Esporte, em abril, já o apontava como líder com 21 gols. A verdade? A temporada ainda não terminou, e cada atualização reflete um momento diferente da corrida. O mesmo vale para Giorgian De Arrascaeta, do Clube de Regatas do Flamengo. Ele aparece com 13, 16 ou até 18 gols, dependendo da data da fonte. E mesmo assim, seu valor de mercado se mantém estável em torno de R$ 94,5 milhões — sinal de que o mercado valoriza mais consistência do que explosão pontual.

Os dois que dividem o topo do mercado

Mas o maior choque vem da relação entre gols e valor. Pedro, do Flamengo, tem 12 gols — menos que Kaio Jorge e Arrascaeta — mas é avaliado em R$ 126 milhões, empatado com Vitor Roque, do Sociedade Esportiva Palmeiras, que marcou apenas 8 gols. Por que? A resposta está na trajetória. Pedro, ex-Atlético-MG, já foi cotado para a Europa antes da temporada. Vitor Roque, jovem de 20 anos, tem contrato até 2027 e é visto como o futuro do Palmeiras sob Abel Ferreira. O mercado não está pagando por gols feitos, mas por gols que virão.

Os esquecidos e os subestimados

Enquanto isso, jogadores como Pablo Vegetti, do Club de Regatas Vasco da Gama, com 12 gols, aparecem com valor de mercado de apenas R$ 4,7 milhões — menos que um terço do de Vitor Roque. O mesmo vale para Reinaldo, do Mirassol Futebol Clube, que marcou 8 gols mas vale R$ 2,5 milhões. É o futebol brasileiro em sua essência: talento sem visibilidade, ou vice-versa. Enquanto o mundo olha para o Palmeiras e o Flamengo, clubes como o Vasco e o Mirassol lutam para manter seus jogadores — e não para vendê-los.

Por que os valores divergem tanto?

As diferenças nos valores não são apenas de percepção. Elas vêm de metodologias distintas. O Lance! Biz e o O Tempo usam taxa de câmbio de R$ 6,30 por euro. O MKT Esportivo usa R$ 6,00. Mas o mais importante: cada plataforma tem seu próprio algoritmo. Transfermarkt, por exemplo, leva em conta idade, contrato, histórico europeu e desempenho em competições continentais. Já sites de apostas como a Betano avaliam probabilidade de ser o artilheiro — e não valor de mercado. Por isso, Kaio Jorge tem odds de 1.55 (favorito absoluto), enquanto Vitor Roque aparece em 19.80 — ou seja, a casa de apostas acha que ele tem pouca chance, mas paga bem se acertar.

O que está em jogo nas últimas rodadas

Com apenas seis rodadas restantes, tudo pode mudar. Se Vitor Roque marcar três gols nos próximos jogos contra Corinthians, São Paulo e Atlético-GO, ele pode ultrapassar Kaio Jorge — e seu valor de mercado pode disparar para mais de R$ 150 milhões. O Palmeiras, que já negociou jogadores por valores semelhantes nos últimos anos, teria um ativo de alto retorno. Já Kaio Jorge, se manter a regularidade, pode se tornar o primeiro artilheiro do Brasileirão em mais de uma década a ser vendido diretamente para a Europa sem passar por empréstimo. O Cruzeiro, que vive crise financeira, vê nisso sua única chance de equilibrar o caixa.

Impacto nas transferências internacionais

Aqui está o ponto crítico: os clubes europeus não estão olhando só para os gols. Estão analisando o perfil. Kaio Jorge, 19 anos, 1,88m, bom com as duas pernas, tem o perfil do centroavante moderno — e já foi observado por clubes da Alemanha e da Holanda. Vitor Roque, mais técnico, com movimentação constante, atrai clubes da Premier League que buscam jogadores para sistemas de pressão alta. Pedro, mais tradicional, é visto como um reforço para times da Liga Europa. Enquanto isso, Arrascaeta, com 28 anos, já tem propostas da Itália, mas prefere ficar — por enquanto.