Palmeiras atropela Universitario por 4 a 0 e encaminha vaga nas quartas da Libertadores
Goleada em Lima abre caminho para as quartas
Quatro gols fora de casa em mata-mata continental não acontecem por acaso. O Palmeiras foi impiedoso no Estadio Monumental, em Lima, e venceu o Universitario por 4 a 0 no jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores, nesta quinta-feira, 14 de agosto de 2025. O resultado deixa o time brasileiro muito perto das quartas, com a volta marcada para 21 de agosto, no Allianz Parque, em São Paulo.
O roteiro começou cedo a favor dos visitantes. Aos 7 minutos, Gustavo Gómez converteu pênalti e abriu o placar com a frieza habitual do capitão. A pressão não diminuiu. Cinco minutos depois, aos 12, José López apareceu bem para ampliar, mostrando oportunismo dentro da área e punindo falhas de posicionamento da defesa peruana.
Com controle emocional e bola no chão, o Palmeiras seguiu empilhando chegadas. Aos 30, Vitor Roque aumentou para 3 a 0, numa jogada que expôs a diferença de intensidade entre as equipes. O Universitario, atual campeão peruano, até tentou adiantar as linhas, mas ofereceu espaços e viu o adversário empurrar o jogo para o último terço com facilidade.
No segundo tempo, longe de administrar apenas, o time brasileiro manteve a agressividade. Aos 74, López completou a dobradinha após assistência precisa de Joaquín Piquerez pela esquerda. O quarto gol desmontou qualquer tentativa de reação e praticamente definiu a eliminatória antes mesmo da partida de volta.
Os números ajudam a contar a história: 62% de posse de bola, 18 finalizações do Palmeiras contra 6 do Universitario, e só uma conclusão certa dos peruanos em toda a noite. A defesa brasileira, bem protegida, neutralizou cruzamentos e fechou linhas de passe por dentro, obrigando os donos da casa a ataques previsíveis.
Em campo, algumas peças se destacaram. López foi letal dentro da área e decisivo na pressão pós-perda. Gómez combinou segurança defensiva com liderança e ainda deixou o dele de pênalti. Vitor Roque foi incômodo o tempo inteiro, atacando profundidade e gerando vantagens nos duelos. No meio, o trio palmeirense ditou o ritmo, alternando cadência e aceleração, o que permitiu atacar com volume sem se desorganizar atrás.
Depois do apito final, o treinador do Palmeiras falou em “plano de jogo executado do começo ao fim”, ressaltando disciplina tática e qualidade nas associações. Do outro lado, o técnico do Universitario admitiu a superioridade do adversário e prometeu “lutar até o fim” em São Paulo, embora reconheça a montanha a escalar.

O que mudou no jogo e o que vem pela frente
O duelo teve um padrão claro: pressão alta bem coordenada, recuperação rápida da posse e amplitude pelos lados. O Palmeiras atacou os espaços entre lateral e zagueiro, especialmente no setor onde Piquerez avançou com liberdade, e foi certeiro nas bolas paradas — o pênalti cedo desestabilizou o Universitario e abriu o campo para transições cada vez mais perigosas.
Quando precisou baixar bloco, o time brasileiro manteve compactação entre as linhas e protegeu a entrada da área. Isso cortou o combustível do Universitario, que raramente conseguiu receber de costas e girar para finalizar. Sem criação por dentro, restaram cruzamentos forçados e chutes de média distância, facilmente controlados.
O placar de 4 a 0 conta com um detalhe de regulamento que pesa: a Conmebol não utiliza mais o gol fora de casa como critério de desempate. Ainda assim, a vantagem no saldo é enorme. Para o Universitario, a missão passa por marcar cedo em São Paulo, aumentar a agressividade sem se expor e tentar ganhar duelos individuais que foram quase todos perdidos em Lima.
Para a volta no Allianz Parque, o cenário é confortável para o Palmeiras, que pode até perder por três gols de diferença e ainda assim avança. A tendência é de controle emocional, posse com intenção e gestão do placar sem abrir mão das transições rápidas que funcionaram tão bem na ida. Se repetir a organização defensiva e o acabamento nas jogadas, a classificação deve virar consequência.
O resultado em Lima reforça o status de candidato ao título. Tricampeão continental, o clube está acostumado a fases decisivas e, com elenco profundo, consegue manter intensidade por 90 minutos mesmo fora de casa. A solidez exibida nas oitavas, somada à eficiência no terço final, credencia o time para desafios maiores nas próximas fases.
Já o Universitario terá de reconfigurar seu plano. Mais do que trocar nomes, o ajuste passa por encurtar espaços entre linhas, proteger melhor as costas dos laterais e dar ao ataque um ponto de referência que prenda os zagueiros. Sem isso, a equipe volta a correr atrás do prejuízo contra um adversário que raramente dá segunda chance.
Na prática, a primeira metade da eliminatória deixou poucas dúvidas: o Palmeiras acelerou quando precisou, controlou quando foi exigido e matou o jogo nas oportunidades claras. Em mata-mata, consistência e frieza valem tanto quanto brilho individual — e o time brasileiro teve os três em Lima.
- agosto 22 2025
- Natália Nati
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Escrito por Natália Nati
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